sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Alamanda



Bruno Terra Dias

Ela debutou e já se passaram quase três anos.

Alguém dirá que é uma completa mulher,

que não se encanta com o que há de polido,

se não for brilho alcançado pela alamanda nativa.


Flui do rosto uma primavera doce e sutil,

como deve ser toda manhã à janela que se abre

ao gentil acorde de um breve sorriso suspenso,

um corte na seda com que se vestem brancos dentes.


Um perfume que mais não é que do cangote extraído,

leve bailar em ares de estranhos poderes

salpicados de sonhos, dramas e fantasias.

É ela quem sobe a rua lentamente, flanando.


Ao final da tarde, minha paisagem preferida.

Antecipa ao tato uma sensibilidade adormecida

em porões que somente devem ser abertos ao breu.

Linda menina, jorra sua beleza pelo meu caminho.





Nenhum comentário:

Postar um comentário