sábado, 27 de maio de 2017

Vivendo com Mãe


Rodolfo Pamplona Filho 

Amor sem paixão
Tesão sem desejo
Cuidado maternal
que inspira gratidão
Velando na doença
Orando na ansiedade
Secando no banho
Aquecendo no frio
Arrumando no dia-a-dia
Vivendo cada dia
como se não chegasse ao fim...

Cusco, 15 de abril de 2017                    

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Inscrição na Areia



Cecília Meireles 

O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Prometo não prometer


Rodolfo Pamplona Filho

Não quero promessas!
Era mais fácil quando vivíamos
um dia apos o outro...
Não dá para voltar a viver assim?
Tem como voltar no tempo?
Tem como apagar o que foi vivido?
Não...
Mas tem como ter nova atitude sempre!
São as mesmas pessoas
Nada mudou
Só o tempo que passou
e continua andando:
o tempo não para...
Eu continuo sentindo a mesma coisa,
mas, a cada dia,
sinto o futuro mais distante...
Que tal parar de pensar no futuro?
E viver o presente?
É o que fiz
É o que faço
É o que farei
Só não quero promessas...
Minha única promessa
é não prometer mais nada
Só não quero promessas.


Salvador, 23 de abril de 2017.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Quero-te Apenas Porque a Ti Eu Quero


Pablo Neruda

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não querer-te chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero.
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,

Nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor, a sangue e fogo.



terça-feira, 23 de maio de 2017

SONETO DA DESPEDIDA


Cássio Pitangueira

A despedida não poderia ser diferente;
Infelizmente não tão contente;
E com a alma sombria e escura;
É chegada a hora de partir para sempre;

Certo de uma desvalorização absurda;
Num quadro clínico de loucura;
Numa sombra infinita de amargura,
Ponho-me em prantos serenos a gritar!

Na elevada altura de um desespero,
Coloco-me de joelhos,
Já sem forças para lutar!

Com a esperança de uma relva simples e pura,
Vou curar minha amargura,
Num novo seio que hei de encontrar;