sábado, 19 de outubro de 2013

Manoel de Barros


Gostaria de ser lembrado como um ser abençoado pela inocência. E que tentou mudar a feição da poesia.(Manoel de Barros)
http://revistacult.uol.com.br/home/2010/05/voar-fora-da-asa/

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Conhecendo Pamplona


Conhecendo Pamplona

Rodolfo Pamplona Filho
Conhecer Pamplona
foi uma sensação indescritível
Senti-me voltando ao berço,
para conhecer o começo
de tudo que sou
ou que, um dia, quis ser...
Vim tomar a benção
para conseguir tomar a decisão
e, mais do que isso, implementá-la,
sabendo, finalmente, o que vou fazer
com o resto da minha vida...
Quero apenas viver...

Pamplona, 03 de outubro de 2012.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

João Cabral de Melo Neto


"A poesia é a linguagem para a sensibilidade. E a prosa é uma linguagem pra razão. São duas maneiras muito categóricas de ver a coisa porque existe uma prosa como a do James Joyce - é uma prosa que é poesia também - e existe uma poesia como a do Carlos Drummond - é uma poesia que também é prosa, Poesia e prosa são dois extremos mas exatamente o poeta e o prosador muitas vezes ganham de jogar em dois lados. O que acontece com muitos poetas é que eles escrevem os poemas e depois poetizam o poema. Eu tenho a impressão de que a poesia é uma forma de expressão diferente da prosa e não é preciso poetizar o poema. O poema bom, o poema verdadeiro já é poético não precisa fazer poético. A poesia é... nós estivemos falando de corrida de touros ... aquele meu poema sobre Manolete termina assim sem perfumar sua flor, sem poetizar seu poema "
João Cabral de Melo Neto

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Azul Profundo (uma releitura para Marlus)


Azul Profundo

(uma releitura para Marlus)

Rodolfo Pamplona Filho
A conjunção das variáveis
solares, físicas, angulares
faz surgir...  ( : o inacreditável...

Entender que a luz altera
o tom, a cor encanta,
ao transpor, do verde, anil
Mergulhar, azul profundo, 
água do Cair - Be
ou do mar Santorini
ou domar Santa Irini

Planar seu... céus e planos,
como no vôo de Ícaro
ou Gagarin no espaço

Revelar eclipses, 
caminhos carinhos, 
nús horizontes
Saber o mistério do mistério, 
a que destina o segredo, 
do desejo, o impulso


De onde vem este encanto
entorpecente encontro)
que inebria sem embebedar?

o que quer a vida...
viver  uma vida
sem saber teus olhos?

Santorini, 27 de setembro de 2012

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Fonte do saber


Fonte do saber

Aline Malheiros Rocha Vidal
Homem contador de histórias
Paciente... Sublime amigo
Tem consigo tantas glórias
És mestre e sábio querido.

No magno trabalho
Dentro de sua profissão
Estende-se em mancheias
Em sagrada doação.

Ouve a todos sem distinção,
Aclarando destinos;
Tens laboriosa missão,
Alumiando caminhos.

Ilustra conhecimento
A nós, todo momento;
Ensina-me como viver...
És como um sol divino,
A grandeza d’um escrínio...
Doce fonte do saber.

Mas o que és afinal?...
O sol mais brilhante
Que vigor pleno expande
Aquecendo corações...
Transmutando mentes rudes,
Em emissários de virtudes
De portentosas lições...

És como as ondas do mar...
Humildes se aproximam,
Firmemente caminham
E estações sabem marcar...

És pura sabedoria;
Aprender é minha alegria;
De vós jamais esquecerei...
Enxergarei atrás dos montes
Terei vistas no horizonte,
E teu exemplo seguirei.

Ser descobridora no mundo,
Desvendar os mistérios profundos,
Que o planeta possa ter...
Saber de onde venho
E para onde vou;
Não ser o que tenho,
Mas o que realmente sou.

Sei que sou apenas...
E simplesmente apenas
Como aquelas sementes pequenas...
Que buscam na vida crescer,
Que tornando-se árvore,
Talvez transformada em mármore,
Ou até mesmo em lenha,
Os galhos insistem em aquecer.

Em cada passo que trilhar
Possas luzes espalhar...
Integra a constelação,
Sinônimo de bondade;
Perpetua na eternidade,
Com reluzente feição.

Simbolizemos na vida,
A Justiça e a Verdade,
Irmãs que palmilham juntas
Em busca da igualdade.

Os anos não o envelhecem,
Dão-te o dom da maturidade;
Fulgura através do tempo,
Aos que ficam, deixa saudade.

Mestre... és raio de luz infinda
Obrigada por existir
Propagador de Esperança
Nas sendas do progredir.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Aprisionado


Aprisionado

Rodolfo Pamplona Filho
A vida além das grades
não passa de uma lembrança
de um sonho longínquo
e a esperança da liberdade
é um sussuro em meio
a um violento tornado...
E, neste fio quase invisível,
busca-se um poder sobrenatural
de adentrar o coração das trevas
sem medo e sem ser incomodado,
para salvar sua vida
das ignonímias infernais
sofridas neste purgatório...
O que será esta força?
A certeza de que é melhor
morrer em pé do que de joelhos...

No trem de Pamplona para Madrid, 03 de outubro de 2012.

domingo, 13 de outubro de 2013

Ferreira Gullar



"Já fiquei doze anos sem publicar um livro. Meu último saiu há onze anos. Poesia não nasce pela vontade da gente, ela nasce do espanto, alguma coisa da vida que eu vejo e que não sabia. Só escrevo assim. Estou na praia, lembro do meu filho que morreu. Ele via aquele mar, aquela paisagem. Hoje estou vendo por ele. Aí começo um poema… Os mortos veem o mundo pelos olhos dos vivos. Não dá para escrever um poema sobre qualquer coisa. O mundo aparentemente está explicado, mas não está. Viver em um mundo sem explicação alguma ia deixar todo mundo louco. Mas nenhuma explicação explica tudo, nem poderia. Então de vez em quando o não explicado se revela, e é isso que faz nascer a poesia. Só aquilo que não se sabe pode ser poesia.
Com o avanço da idade, diminuem a vontade e a inspiração. A gente passa a se espantar menos. Tem poeta que não se espanta mais, mas insiste em continuar escrevendo, não quer se dar por vencido. Então ele começa a escrever bobagens ou coisas sem a mesma qualidade das que produzia antes. Saber fazer ele sabe, mas é só técnica, falta alguma coisa. Não se faz poesia a frio. Isso não vai acontecer comigo. Sem o espanto, eu não faço. Escrever só para fazer de conta, não faço. Eu vou morrer. O poeta que tem dentro de mim também. Tudo acaba um dia. Quando o poeta dentro de mim morrer, não escrevo mais. Não vou forçar a barra. Isso não vai acontecer. Toda vez que publico um livro, a sensação que tenho é de que aquele é o definitivo. Escrever um poema para mim é uma grande felicidade. Se não acontecer, não aconteceu."(Ferreira Gullar)