sábado, 24 de novembro de 2012

Freio de Mão Puxado

Freio de Mão Puxado

Rodolfo Pamplona Filho
Quero ir além,
mas algo me segura.
Penso em ser alguém,
mas me diz que é frescura.

Piso no acelerador,
mas nada responde.
Procuro calor,
mas não sei onde.

Não saber aproveitar
o que a vida tem para dar
traz um estanho exclamar
de que não adianta comprar

vinhos maravilhosos
que não vão ser bebidos
ou ter sonhos eróticos
que nunca serão vividos...

Falta de ânimo, de paixão,
de graça, de tesão,
de prazer em sua lida
de verdadeiro pulso de vida.

Tudo isso vem à baila
quando se descobre, à navalha.
a sensação de viver amarrado
com o freio de mão puxado.

New York, 01 de janeiro de 2012.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

TÃO BOM VOCÊ...

TÃO BOM VOCÊ...

Sol, chuva,
Praia, cobertor
Tão bom estar com você
Meu verdadeiro amor

É tão bom te ver
Esperando um beijo meu
Mas se te miro num olhar
Você já me decifrou

Como num leve suspirar
Sabe de tudo sobre mim
Desde a noite ao acordar
Conhece os meus sonhos,
Meus desejos, tudo enfim

Se procuro um caminho,
Sabe onde me levar
Se preciso de um carinho
Nem pensa em me abandonar
Mas se desejo estar em paz
Basta me beeeijar

Me apresenta ao seu poder
Já é seu meu coração
Alimenta o meu querer
Faz eterna essa paixão
Vem e me mostra
Como é tão bom você...


Andréa Brito, 28 de abril de 2008.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Amor em NY

Amor em NY

Rodolfo Pamplona Filho
Amar é acordar de maduro
e não poder fazer nada puro
para não acordar as crianças,
nem mesmo alimentar esperanças...
É mudar de plano
com o carro andando...
É morrer de frio,
com o estômago vazio...
É se entregar inteiro.
sem poder ir ao banheiro...
É tolerar, suportar,
ir sempre em frente...
É aprender a ser resiliente...
É dar risada
da enrolação...
É não achar nada
por faltar a comemoração...
É não se estressar
com problemas imaginários
e saber enfrentar
os dilemas reais e diários...
É sentir que algo ainda pode fluir,
e, com todo o fervor,
nunca efetivamente desistir...
sempre por causa do amor...

New York, 03 de janeiro de 2012.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Lembranças de um dia.

 

Lembranças de um dia.

por Antônio De Albuquerque Paixão, segunda, 12 de setembro de 2011 às 18:50
Hoje meu despertar foi de lembranças,
de um dia remoto anterior ao de hoje,
num tempo em que era jovem,
e livre para brincar com o tempo.

Quando a noite nunca vinha,
o sorriso não cedia,
a energia brotava,
dos poros, do cabelo,
da doce sujeira dos pés,
da alegria infinita,
e o sofrer era efêmero,
as calças eram curtas,
as preocupações tolas,
os desejos singelos,
os amigos, os melhores,
os amores, mais puros.

Porque não brincamos hoje?
daquele mesmo jeito de antanho?
porque eu não alcanço mais o sol?
Porque não posso soprar os anos para longe?
Bem longe?
E ser de novo,
um projeto inacabado,
uma energia potencial e cinética,
fundidas em essência infante,
que olhava para os dias vindouros,
e sonhava,
e os ansiava.

Eu olho para aqueles dias,
que o tempo levou,
e imagino como seria,
voltar,
conversar com aquele menino,
dizer que a culpa não foi dele,
só minha,
pois é,
toda saudade é um espécie de velhice

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mulher Ideal


Mulher Ideal

Rodolfo Pamplona Filho
O que é uma mulher ideal?
Definitivamente, não é
alguém que não envelhece,
mas, sim, alguém para quem
o tempo não afeta o humor...
Não é alguém sem defeitos,
mas que aprende a sublimá-los
ou que acostumamos com eles...
E, ainda que brigue de vez em quando,
faça as pazes de forma tão gostosa,
que apague qualquer ressentimento...
Não precisa concordar com tudo,
mas tenha uma sintonia tal,
que saiba seu pensamento
antes de verbalizá-lo...
Esta é a minha mulher ideal!

Atenas, 29 de setembro de 2012.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O que eu adoro em ti

O que eu adoro em ti
Não é a tua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza

O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Não é o teu espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.

O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
Graça aérea como teu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz

O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai

O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.

O que adoro em ti lastima-me e consola-me:
O que eu adoro em ti é a vida!

Manuel Bandeira

domingo, 18 de novembro de 2012

Soneto das Cores

Soneto das Cores

Rodolfo Pamplona Filho
Ó, Deus, não me tire a luz
que me permite e seduz
ver a explosão de cores
ou um caledoscópio de amores!

Os raios que invadem a retina
permitem vislumbrar a sina
de quem não tem a felicidade
de conhecer a diversidade,

pois dominar a paleta do amor
é ser Senhor da mais bela arte
que transforma toda parte,

convertendo o cinza em cor,
para, no mundo, ser franco
e nunca mais ver em preto e branco.

Salvador, 07 de janeiro de 2012.