sábado, 25 de junho de 2011

Soneto (para Sarah Margarette)

Soneto

para Sarah Margarette


Quando te vi pela primeira vez
Meu coração pulou descompassado
E como fosse um choro derramado
O amor que ainda não era então se fez

E os dias que eu vivi dilacerado
Na angústia do senão e do talvez
Quiseram efluir da timidez
As palavras do amor anunciado

E são catorze anos já vividos
De namoro, noivado e casamento
De momentos felizes e sofridos

E a cada ano que se passa vejo
Que quanto mais se vai passando o tempo
Mais te adoro, te quero e te desejo


Alexandre Roque, 26 de março de 2011

------------------------------------------

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Escorregões do Carnaval (um poema para Alisson)

Escorregões do Carnaval (um poema para Alisson)

Rodolfo Pamplona Filho

Há momentos para tudo na vida:
rir, chorar e até se emocionar...
mas o que eu não sabia
é que tinha hora para se acabar...

Uma figura muito importante,
que saiu de Gandhi no carnaval,
comeu alguma coisa impactante
e se sentiu um pouco mal...

E, por isso, teve de se aliviar
em uma arvore agradável e frondosa,
mas que acabou por escorregar
de forma estabanada e gostosa...

A primeira queda de verdade,
a gente nunca esquece,
pois cair na vista de toda a cidade
é algo merece uma prece,

pois o que era branco virou marrom
e os colares viraram história,
em um quedaço em alto e bom som,
arrebentando-se na escória...

E quem diria finalmente
que aquela figura impoluta
sairia catando coquinho pela frente
como um bom filho da puta...

Salvador, no auditório do Tribunal de Justiça,
11 de março de 2011.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pensando Rodolfo

Pensando Rodolfo

Para não se perder entre vírgulas,
divagar, delirar...
Escreva.
Descubra Rodolfo, coração
que deixa o espaço
aberto para a emoção...
Sua fala vaza amor,
sua alma é linda e ela inspira...
Faz o sujeito falar flores!
Ele é especial,
pois os olhos se perdem
e confundem
a imagem com o espírito...
Ele é repouso
e pura fragrância,
refresco e
essência de anjo.
Amigo.
Procure
semântica
e sentido?
Amigo abrigo.
Você irá se esbarrar
em olhares ternos.
O Mestre fisga o ser,
homem e mulher.
Como pode ser
tão sensível,
destemido,
ter olhos na alma,
coração na mente?
Palavra para cada momento
ou ser amante do silêncio
quando deve
ter prosa suficiente
para engrandecer
pessoas carentes?
É assim que sinto Rodolfo.
Lendo poemas ou prosa,
você conseguirá ver um lugar,
um descanso,
um alento...
E se você se sente cansado,
ou confuso,
saiba que você tem um amigo:
o Mestre querido,
Rodolfo...

 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Auto-Controle

Auto-Controle

Rodolfo Pamplona Filho
O que adianta chorar
diante do leite derramado?
Para que se desesperar
depois do prato ter quebrado?

A tristeza pode ser um caminho
para aquele que testemunha
e presencia o redemoinho
tocar perto de sua unha...

Mas, sinceramente, não vale a pena
perder de vez a tranqüilidade
por causa de algo fora de cena
e que não se recupera de verdade.

Os danos pelo controle perdido
serão maiores do que a causalidade,
pois nada paga o repouso esquecido
por motivos alheios à sua vontade.

Praia do Forte, 09 de março de 2011.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Todo Mundo quer ser Putão

Todo Mundo quer ser Putão

Darci HF
Todo Mundo quer ser Putão
Todo Mundo quer ser Putão
Todo Mundo quer ser Putão
Todo Mundo quer ser Putão

Todo mundo quer ser desejado
Todo mundo quer ser idolatrado
Todo mundo quer despertar tesão
Todo mundo quer ser Putão

Todo mundo quer pegar todas
Todo mundo quer as gostosas
Todo mundo quer trepar doidão
Todo mundo quer ser Putão

Todo mundo quer comer a vizinha
Todo mundo quer traçar a sobrinha
Todo mundo quer transar com a prima
Todo mundo quer a puta da esquina

Todo Mundo quer ser Putão
Todo Mundo quer ser Putão
Todo Mundo quer ser Putão
Todo Mundo quer ser Putão

Todo mundo...
Salvador, 28 de março de 2011.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O que aconteceria se?

O que aconteceria se?

Rodolfo Pamplona Filho
O que aconteceria se
a trilha não fosse tomada,
a chance perdida,
a decisão adiada,
a palavra proferida?

Existem mundos paralelos
em que os momentos
decisivos da existência
tenham tido um desfecho
diferente do conhecido?

Eu quero entrar na matrix
e saber se seria feliz
em um mundo distinto do que vivo,
em um destino diverso do que sinto,
em uma vida que nunca será vivida?

Só me resta pensar...
pois é de uma via única a estrada,
que não pode ser reiniciada,
pois, retomada, não será mesmo lugar,
mas, sim, uma nova rota a desbravar...

Praia do Forte, 09 de março de 2011.

domingo, 19 de junho de 2011

Juízes poet@s sois vós?

Juízes poet@s sois vós?
Rui Ferreira dos Santos <rfsantos@trt4.jus.br

Alexandre Roque Pinto
Saiu do ocaso
E com ele trouxe
Angústias
De todos os mineiros

Maria Francisca dos Santos Lacerda
Entre silêncios e vozes
E que de loucura nada tem
Nos brindou com Orfandade
Além de hospital publico em desamparo

Genésio Vivanco Solano Sobrinho
Entre cinzas e amigos ocultos
Sem ver o tempo passar
Mesclou choro e rio
Que assim, justapostos
Transmuda em política

Quem é você,
Geraldo de Castro Pereira?
Que fez brotar do brejo a flor-de-lótus
Em plena primavera teve um desangano
E se perdeu pelos caminhos da vida

Guilherme Feliciano
Com cachimbos de ébano
Pornomorfeando post mortem

Já José Antônio
Quer distância

Do Ladrão de Galinhas
Do MMendes

Paulo Merçon
Que depois do copo d’água
Pede um copo de cerveja
Numa poética ipoem
E com seu desencanto poético
Cria um poema tombado

O Paulo Nunes
É só desejo de poetar
Pele e bytes
Numa referencia linda
Ao cordel para um nordestino poeta

Pepe Chaves
Com sua íris
Em três cenas e uma miragem

Zéu Palmeira
E La reve
E a invenção da infância e do menino
Em choro e recomeço
Numa melancolia desesperada de um menino
(seria o mesmo?)
Ou da coroça alada

Por fim...
Eu e meu pai
Dia desses
Nos perguntamos porque,
Sesmaria de morena?