sábado, 11 de setembro de 2010

Hitler, meu filho!

Hitler, meu filho!

Se eu pudesse
Voltar atrás
E tentasse alterar
O meu passado,
Meu espírito teria paz
E meu destino seria mudado?
Se eu tivesse abortado meu filho,
Minha agonia teria fim?
Que seria do meu próprio íntimo,
Se eu matasse um pedaço de mim?

Gerei em meu útero
Um anjo louco
E nas minhas veias,
Eu me dei para ele,
Mas todo o sangue foi pouco
Para matar sua sede!
O meu corpo era árvore da vida,
Mas meu fruto semente da dor!
Como dói essa minha ferida
De não ter ensinado o amor!

Quantos inocentes
Sofreram por sua mão?
Quantas crianças
Por sua causa, morreram em vão?
Quantas crianças,
Pelo seu ódio, morreram em vão?

Amor materno
Com repúdio!
Sanidade mesclada
Com distúrbio!
Será que eu devia
Ter dito Não?
Será que eu devia
Ter dito Não?
Não!
Não!
Pois até os carrascos têm uma mãe!
... até os carrascos têm uma mãe!

(1991)
Letra: Rodolfo Pamplona Filho
Música: Jorge Pigeard

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Te Quero



Te Quero

Sinta a minha respiração,
feche os meus olhos,
não sei
bem onde tu estás!
Mas termine o que estavas dizendo;
Não, não é preciso falar!
Todos sabem muito bem
que o teu sorriso
esconde a solidão!

Agora tu já podes dizer
que fez parte do jogo
até atingir o limite,
mas preciso de carinho!

Segure minha mão e me abrace...
Metade do que eu faço,
metade do que eu digo
é mágoa!

Não aja como esperam:
siga o teu coração...
flua teus pensamentos
através dos meus...
Não deixe ninguém te controlar...
...te controlar
Todos os versos tolos
todas as músicas românticas (que fiz)
me fazem lembrar
um quarto, um lar
E o quanto fui tolo em te deixar (te perder)
Não, não estou te enganando agora
Dê-me uma chance
pois eu te quero
E transforme minhas lágrimas em um sorriso
Deixe-me ficar ao teu lado
Só por um instante, por favor...
...por favor!

Letra e Música: Rodolfo Pamplona Filho
(1988)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Destruindo relacionamentos


Destruindo relacionamentos
Rodolfo Pamplona Filho

Como o amor pode se acabar?
Como a chama da paixão pode se extinguir,
como uma vela soprada?
Ironia, sarcasmo,
impaciência, intolerância...
Encontro burocrático, agendado
como uma obrigação a ser cumprida na cama!
Quando as notícias do dia ou a lista de supermercado
se tornam mais importantes do que a sua história pessoal...
E o que era captado somente com o olhar
hoje não é comprendido nem se for escrito
em uma tese com 1500 notas de rodapé...
Não se sabe o que é pior:
a acusação injusta ou a apatia?
Os conflitos intermináveis ou a greve
de silêncio, de carinho ou de sexo?
Uma palavra lançada pode machucar
muito mais do que uma flecha no coração...
Um gesto impensado causa um estrago
muito maior do que uma agressão...
A ausência de comunhão
real, virtual e espiritual
faz surgir a necessidade de clamar por socorro...
Quem diz que a infidelidade é unilateral
é porque nunca conviveu com alguém,
que, de íntimo, se torna um estranho,
que, de próximo, se torna distante,
que, de amado, se torna uma pedra de gelo...
O que destruiu o que antes era tão lindo?
É o caso mais evidente de um homicídio culposo,
em que a vítima morre por falta de cuidados,
abandonada à própria sorte do desdém,
da rotina e da monotonia
de não saber mais com quem dividir sua vida...

Salvador, 04 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Meretrizes da Zona Sul (extended version)

Meretrizes da Zona Sul (extended version)

São como rosas,
cheias de espinhos;
são como pedras,
mudando caminhos;
anjos das alcovas, com lábios de mel...
vidas amargas, no mais puro fel...
Ela são
Rainhas da Noite, de uma “Noite de Blues”!
Pobres mulheres!
Meretrizes da Zona Sul

Corpos maculados,
com almas tão puras
Feras escondidas
em doces criaturas.
Preferem a dor do que a solidão,
vendendo a si próprias, em busca do pão.
Ela são
Rainhas da Noite, de uma “Noite de Blues”!
Pobres mulheres!
Meretrizes da Zona Sul

Deusas pagãs
Senhoras da Vida
Fêmeas amadas
Temidas, feridas
São bichos selvagens em jaula de pedra
Crianças perdidas no meio da selva
Ela são
Rainhas da Noite, de uma “Noite de Blues”!
Pobres mulheres!
Meretrizes da Zona Sul

“É melhor ser meretriz do que ser ladrão” (será mesmo?)
“Vendo meu corpo, mas não vendo minha alma!” (será mesmo?)

Letra e Música: Rodolfo Pamplona Filho
(2004)

domingo, 5 de setembro de 2010

Direito Skinhead

Direito Skinhead
Rodolfo Pamplona Filho

Princípio da Truculência Máxima:
In dubio, pau no réu..
Tal qual em “O Pequeno Príncipe”,
você se torna eternamente responsável
pelas empresas que cria...
Afinal de contas,
o processo judicial não pode
ter sensação de coito interrompido...

Quebra de sigilo fiscal,
bancário, telefônico e pessoal:
tudo isso é fichinha
para o que se está
disposto a fazer,
para, em seu entender,
cumprir o seu dever...

Bloquear suas contas,
restringir o seu crédito,
mandar prendê-lo,
se deixassem...
Não há limites
para a sede de justiça,
ainda que seja para beber
todo o seu sangue e seu suor...

Quando o Direito
não é respeitado,
tanto na vida,
quanto no processo...

Quando o Direito
parece ser apenas
um conto de fadas
ou uma história de Carochinha...

Quando o Direito
reconhece que não há
limites para a criatividade humana
quando se quer manobrar para não honrar,
fugir ou fraudar direitos...

Quando o Direito
definitivamente
precisa ser reinventado
para ser efetivado,
não há mais salvação:
É o tempo e lugar
do Direito Skinhead!

Salvador, 04 de setembro de 2010, estressado em um sábado...